domingo, 10 de janeiro de 2010

Quebra-cabeça



Sabe um quebra-cabeça?!
Daqueles que você acha que nunca vai terminar de montar...
Horas e horas d concentração...Tantos e tantos pedaços que não faziam o menor sentido...e agora, lá está um esboço de uma imagem, que enfim parece coerente...
Então... passado 2009, consigo ver uma imagem ao fundo do meu quebra-cabeça...
Abro então um grande sorriso, porque entender como cada peça, cada momento foi importante me faz ter a certeza de continuar [e aproveitar] montando esse imenso quebra-cabeça...
Esse ano foi, sem dúvidas, o mais intenso da minha vida ... somente a possibilidade de vir a realizar um sonho me fez viver cada minuto, “o agora” tranqüila-intensa-mente. Pela primeira vez, viajei de ônibus [ê carnaval], tive conversas francas [até demais], me apaixonei, conheci lugares e vi o pôr-do-sol nos pontos mais lindos da cidade,passei pra computação na ufpi, saí bastante... e comecei a trabalhar...
Entre distribuição de currículos e entrevistas de estágios, comecei a trabalhar na SEMTCAS [resumindo, Secretaria de Assistência Social]. Sem nada de experiência, cada dia era uma atividade nova, um eterno aprendizado. Fora os traumas com “furadeiras” [perfurador... hehehe] e “bater o ponto”... conheci pessoas maravilhosas e pude lidar com as situações mais inusitadas...de palestras e planejamentos a folhas de pagamento e apresentações de idosos para a TV. Na época das enchentes, passei dias completamente envolvida, “ocupando minha mente”. Fui voluntária, estive em abrigos, andei de canoa, caminhão, passei domingos e feriados na zona rural, subi ladeira ... mas cada família que eu podia ajudar de alguma forma, me trazia um imenso orgulho...E de todas as andanças...a que mais me marcou foi o abraço sincero de uma criança de colo...

Quando o segundo semestre chegou, pude concretizar meu sonho...
Enfim, eu era uma acadêmica de medicina. Minha alegria era imensa, meu sorriso ia de orelha a orelha... E agora, eu teria de morar sozinha, em outra cidade.
A saudade que eu sentia da cidade, da minha família, dos meus amigos, de radiologia...foram imensas, mas nada que tirasse o brilho da minha felicidade. Eu estou fazendo o curso pelo qual sempre lutei, aquele que eu tinha tanta certeza [e agora, mais certeza ainda] que eu queria pro meu futuro.

E a cada dia eu me apaixono pela medicina, pelo significado “do jaleco branco”, por lidar com vidas e saber a beleza do curso, sem jamais perder a humildade...
Tenho orgulho de jamais ter desistido... e sei que o trabalho só está começando...
Mas eu já posso ver o esboço da imagem do meu quebra-cabeça...

E isso me alegra...